Uma tarde de Inverno, com fortes aguaceiros e algum vento, mas mesmo assim com gente na rua a comprar e a vender, a passear junto ao rio e a dar voltinhas de pónei com os menos crescidos...tão diferente das tardes alentejanas, ainda mais vagarosas que o resto dos dias!
O Lima, com o seu ar inofensivo, lá corria direito a Viana.
Já tinhamos ido diversas vezes a Ponte de Lima, mas nunca me tinha apercebido da lenda que lhe está associada.
A lenda do Rio Letes.
O Letes é um rio mitológico e no séc.II a.C. os Romanos acreditavam que era a fronteira entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Desconhecia-se a sua localização e as suas águas teriam uma propriedade especial: a de apagar as memórias, daí ser também chamado "Rio do Esquecimento".
Ora, nas suas conquistas na Península, os Romanos comandados pelo General Brutus, chegaram às margens do Lima e perante uma paisagem bela por demais, convenceram-se que aquele deveria ser o Letes. Logo fincaram pé, recusando-se a atravessá-lo.
Como bom líder, Brutus tomou a iniciativa e atravessou-o sózinho. Ao chegar à outra margem, começou a chamar um a um, pelo nome, os homens do seu batalhão, provando que não se tinha esquecido de nada e que não havia razões para receios.
O resto das tropas naturalmente avançou.
São assim os bons líderes: são exemplo e encorajam os que estão a seu cargo.
Líder que actue abaixo deste patamar, não o é... e está a prestar um mau serviço!