Aqueles que ancoram em nós na primeira página, no primeiro parágrafo, ou até na primeira linha e nos desinquietam a ponto de só dar descanso no último ponto final parágrafo. São histórias possessivas que nos obrigam a desligar de tudo o resto, porque elas sim, exigem ser engolidas e encaixar-se algures por dentro.
Foi um destes affairs que tive com O Leitor. O anzol enganchou-se logo na frase inicial e nessa noite fizémos serão até horas mais do que razoáveis. O dia seguinte teria os seus afazeres, mas fui despertada por febre e dores musculares que me avisavam que era melhor deixar-me estar onde estava.
Foi estratégia... estratégia deste livro sobre o meu inconsciente para que no final dessa mesma tarde, o livro estivesse lido, pronto e acabado.
O enredo d' O Leitor desenrola-se na Alemanha, avançando e recuando entre a década de 1960 e o período da II Guerra Mundial - assunto pelo qual tenho natural curiosidade - e gira à volta de uma história de amor e de um segredo, narrados em capítulos curtos que terminam em jeito de começo, sendo por isso muito difícil não voltar a página.
O filme, vi-o meses depois. Correspondeu, e as imagens vieram dar contornos mais definidos a cada passagem lida.
De momento, estou convencida que foi a história mais bem construída e mais bem escrita que li... a ponto
de chegar a suspeitar que o romance era autobiográfico e não um fabuloso trabalho de criação literária...
E daí desse lado, que livro mais o tocou até agora? A leitura faz parte da sua rotina?